2 de outubro de 2009

Cansei de ser boazinha, agora eu quero é ser chata!

Hoje foi um dia daqueles e olha que meus dias são calminhos, por vezes cor-de-rosa e lilás (estou como as mães de bebês meninas atualmente, preferindo o lilás ao rosa).
Aliás minha indignação começou na 3a feira, quando liguei no 0800 do fabricante da minha nova lavadora de louça e fui tratada com desdém e pouco caso.
Fiquei quase 13 anos com uma Enxuta, que ganhei de um ex-chefe querido quando me casei. Não era lá grande coisa e mesmo assim, só foi depois de uns 5 anos de uso diário que ela começou a querer se aposentar e ainda seguiu firme e forte por mais 7 anos, sobrevivendo com os remendos que o meu técnico fazia desde que a coitada saiu de linha e não havia mais peças para repor...
E então, operada várias vezes, ela veio a pifar de vez em julho, sem nenhum risco ou ferrugem.
Logo veio uma nova, linda, inox, top de linha. Pensei: se for que nem a outra, só terei que trocar nas Bodas de Prata.
Ledo engano! E após 2 meses percebi que as pontas dos divisores de pratos e copos dos cestos foram ficando amarelas, laranjas e por fim, se soltaram, mostrando todo o ferrugem.
Munida da nota fiscal, manual e paciência, contei à atendente o meu problema, certa de que por estar no início da garantia, imediatamente enviariam um técnico com os cestos para a troca.
Mas não, passei por um interrogatório quase que policial, explicando detalhadamente como eu procedia com ela, para ouvir no final, que eu era a única que tinha reclamado disso até agora neste lote de máquinas e que talvez o problema fosse que eu estava "agredindo" a máquina com mau uso!!
E cá estou eu, esperando o parecer do fabricante que, não autorizou a Autorizada vir aqui em casa já com as peças, mas mandou um técnico de outra cidade, porque o posto que atende a Serra fica a no mínimo uns 30 km daqui, ver se eu usava o sabão indicado por eles (SIM), se a instalação estava correta (SIM), até do paninho que coloco em cima dela para não grudar gordura e poeira ele falou...revirou, mexeu e mandou eu esperar que o relatório dele chegue na fábrica e a mesma diga: a cliente está com a razão ou não, pois estou perdendo a fé nestas instituições.
Daí, passei a manhã esperando o jardineiro chegar e para minha surpresa, ele foi abdusido por uma vizinha, daquelas que ficam te rondando, perguntando se a sua faxineira é boa, se o jardineiro é fiel e depois "crau" ou "creu", marcam um servicinho com eles bem no dia da sua casa, porque afinal, a "D. Patricia é boazinha" e não vai nem ligar...
Não!!! Não quero mais ser boazinha, quero agora que falem a "D. Patricia é uma chata" ou chatona se ficar melhor, assim parece que fica mais fácil exigir nossos direitos, impor respeito ao próximo, viver melhor nessa nossa sociedade por vezes tão esquisita.
E para passar a raiva, acho que vou rastelar a grama, recolher o cocô do Fredy e olhar este mundão verde que vejo da minha janela...Verde acalma????

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá.Espero que o problema da máquina de lavar já esteja superado.Ser dona de casa ás vezes inclui passar raiva com coisas superfluas.Que a vontade de ser chata já tenha passado.Eu por outro lado cansei de ser chata comigo.Sou muito exigente,mesmo fazendo bem,só me contento com a perfeição e isto,não existe.E ainda sem esta Experiência de marido e filhos.Por isso,já comecei a disciplinar-me,aliás, a vida está a fazer isto por mim.Ensinando a ser condescendente,paciente,mais espiritual.Estou nesta mudança interior há6anos,do qual muito me orgulho por este despertar...
Achei-te divertida por conta deste teu texto.Irei voltar para aprender,partilhar,e rir mais.Es um amor.
Bgadu por seres tão genuína
Bj Gande.Naomí