24 de agosto de 2012

Para o meu primeiro amor

Na noite de 19 de agosto de 2002, pus meu pijama e achei que fosse dormir.
Quis Deus que eu levantasse, fizesse xixi, a bolsa estourasse e meu filho nascesse.
Depois deste dia, eu nunca mais fui a mesma.
E foi assim que, em 19 de agosto de 2002, às 23h37, nasceu uma Mãe!
Também nasceram um Pai, uma Avó, um Avô, um Tio, uma Tia...
Aquilo não foi um nascimento, foi um acontecimento, que agora completa uma década!
(imagem da internet)
E esta Mãe, que naquele momento também foi parida, ainda aprende a sua função a cada dia. Às vezes erra, muitas vezes acerta e cresce junto com a sua criação.
Meu filho, lembra-se quando você perguntava, após eu dizer que te amava: "quanto mamãe?"
Eu dizia: "muito" e você abria os bracinhos e indagava: "muito quanto, maior que esta sala???"
E eu respondia: "sim, meu amor, maior que o céu inteiro!"

Agora que você está maior, pode entender, que o meu AMOR por você é Infinito!

16 de agosto de 2012

Minha vida sem vesícula...

Enquanto estou aqui, a espera da doce velhinha, secretária do meu cardiologista me ligar, fico pensando, preocupada, que estou sofrendo daquela ansiedade que move o mundo.
Por que a demora em arrumar um mísero horariozinho para mim???
Ela pede calma e paciência, que tudo vai dar certo e eu não acredito. Talvez ela, na experiência dos seus 70 anos esteja certa, mas eu, na ansiedade dos meus 40, chego a perder o ar ao explicar os meus motivos. Talvez porque ela já viva a fase de um dia de cada vez, enquanto eu vivo hoje já com o pézinho no amanhã e no depois de amanhã também e chego até a viver o futuro dos meus meninos.
"Olha, a senhora não tá entendendo...eu opero semana que vem e sem a tal carta da anestesia, tá tudo perdido: a correria dos exames, a agenda do cirurgião, a reserva do hospital..."
Me prontifico a ficar plantada na sala de espera, literalmente, a espera de uma brechinha na agenda, para ele mal olhar para minha cara e dizer "tá tudo bem, vai lá tirar a sua vesícula e boa sorte".
A ansiedade é tamanha que, por causa da cirurgia, já cortei o cabelo 2 vezes nos últimos dias. É que não quero acordar descabelada no hospital...Patricices a parte, é uma sensação de que nada está bom o suficiente.
Até então eu nem sabia que a vesícula ficava do lado direito, embaixo das costelas, nem pra que servia, nem que existia.
Aliás, quem ainda tem vesícula pode ser considerado um ET!
Depois que comento que vou retirar a minha, descubro que a pessoa ou alguém da sua família também retirou. Hoje em dia, parece ser mais comum do que arrancar um dente!
Estava tudo azul, quando de repente comecei a me sentir como um boneco de vodu, com um alfinete espetado ali, causando uma dorzinha fina, que aumenta para facadas depois de uma refeição. Já estou naquele ponto que tanto faz uma folha de alface ou um bife a cavalo.
Daí é só escolher, dependendo do menu, se vou ter náuseas ou piriri.
Como vai ser minha vida sem vesícula eu ainda não sei, mas com certeza vai ser menos agitada, porque esta correria para conhecer todos os banheiros públicos das imediações tá acabando comigo.