19 de março de 2010

Cocô no pé dos outros é refresco (uma pequena variação daquele conhecido ditado)

Quando se mora num lugar como o que eu moro, as mudanças de estação são bem visíveis. Estava aqui sentada lendo meus e-mails e olhando o Sol bater diretamente na tela, coisa que até um mês atrás não acontecia...Os raios de Sol invadem minhas janelas por novos ângulos e de repente aquela planta que não recebia luz nunca está tomando seu solzinho matinal.
E não é só isso: às vésperas do Outono as folhas caem e aqui, rodeada de árvores, muito mais. Elas caem, caem, caem e entopem meus ralos, minha calha e realmente não há nada de poético nisso. Bom para o jardineiro, cujas visitas são esperadas ansiosamente (oba, ele vem hoje!), embora no dia seguinte a grama já esteja coberta novamente.
Então o Fredy, que também tem suas manias, depois de três ou quatro dias já não faz mais o seu cocôzinho na grama, pois ele não suporta colocar suas patinhas nas folhas melecadas de orvalho e então transfere seu pipi room para a calçada em frente aos quartos.
Bem, eu não podia esperar outra coisa dele. Se eu sou cheia de manias e os cachorros são a cara do dono, logo temos que o Fredy é uma Patricia de patas!. Acho que ele também tem mania de limpeza!
E por falar em cocô de cachorro, dias atrás, na mesma semana pisei neles três vezes. O que pisei aqui em casa nem liguei, não riam, mas é porque tenho o meu chinelo de recolher cocô!! Quem conhece minha casa sabe, preciso subir e descer um penhasco a caça dos montes espalhados. E olha que faço isso todos os dias.
Como sabem o cocô do cachorro é proporcional ao seu tamanho (isto não vale para nós humanos, tem dias que me surpreendo com os jacarés que meu filhinho solta no vaso, parece coisa de gente grande!) e é claro que um Boxer produz um montinho no mínimo cinco vezes maior do que um Maltês, que dá para recolher com um guardanapo.
Então é 1 kg certo todos os dias aqui no meu quintal e é comum eu pisar em alguma bomba deste campo minado. É por isso que arrumei um chinelo para esta árdua tarefa, que faço sem reclamar por amor ao Fredy e higiene mesmo, que mosca de cocô sentando na gente é nojento.
Até aí tudo bem, já tenho uma natureza ecológica desenvolvida para isso, mas cocô de cachorro alheio é que nem cocô do filho dos outros, a gente torce o nariz e não dá, né? E o pior é que, as duas vezes na mesma semana, foi na calçada em frente ao colégio do meu filho.
É uma correria todos os dias na hora da saída da escola. Aqui tudo é cronometrado, é por isso que tenho relógios espalhados por vários cantos da casa. Até na lavanderia tenho um relógio de parede.
Tenho hora e minuto certo para descer a rampa de casa, pois cinco minutos na estrada fazem diferença no trânsito que pego no bairro. E não é só chegar na hora, não. Tenho que disputar a tapa (ou buzina) uma vaga para estacionar com as outras mães, se quiser parar perto do portão de saída. Trata-se de uma ruazinha estreita e todas nós pensamos igual: vou chegar 10 minutinhos mais cedo para pegar uma boa vaga.
Após visualizar a tal vaga, geralmente sem muita escolha, ainda tenho que fazer uma baliza digna de exame de auto-escola e enfiar o carro naquele buraco de primeira, porque já tem carro atrás buzinando e os "tios" das peruas escolares rindo...
Daí eu desço apressada, pois tenho que entrar no colégio e buscá-lo dentro da classe, então subo a ladeira sem olhar para o chão e pronto, afundo o pé na lama.
Quem foi que inventou que pisar em cocô de cachorro dá sorte? Pois nas duas vezes me falaram isso e até agora eu não ganhei na loteria. 
Mas esta semana eu encontrei uma dona passeando com seu cãozinho sem saquinho para recolher o serviço e não tive dúvidas, perguntei se ela não tinha vergonha de ficar "encocozando" a calçada alheia. E sabe o que é pior, a calçada nem é tão alheia assim, pois descobri que ela mora poucos metros abaixo, ali, no mesmo quarteirão.
Só me resta torcer para que ela também enfie o pé na jaca e veja como fede!!! 
Viu? Eu preciso mesmo ir na igreja com mais frequência, para purificar meu coração e não desejar cocô no pé do próximo.  
E acho que vou mudar o nome do meu blog para "Idéias e Patricices e Fredices", pois como percebem, eu faço variações sobre o mesmo tema: a vizinha, o jardineiro, a minha família, o cotidiano, o tempo e é claro, o Fredy!