30 de outubro de 2009

Fredy versus porco-espinho

Meus dias tem sido bem agitados ultimamente, e as noites também!! Por isso não estranhem que estou a essa hora escrevendo (00:55) ao invés de estar no 10o. sono, mas é a maneira que encontrei de passar o tempo enquanto espero o Fredy voltar do pronto-socorro veterinário.
Acho que também estou com sentimento de culpa, porque mais cedo briguei com ele, o chamei de "feio,feio, menino feio", disse "mamãe tá muito brava" e nem o deixei chegar perto de mim depois da sessão de chilique que tive. O motivo: destruiu, de novo, uma linda Dracena que o jardineiro me deu de presente na semana passada (ele agora quer me reconquistar depois dos últimos fatos) e que plantei na subida da rampa.
É que o Fredy, um boxer totalmente humanizado, se vinga das minhas plantas quando percebe que dou um pouco mais de atenção ao jardim do que a ele. Ele também é taurino, e vocês sabem, né, quer ser o centro das atenções (ou do Universo??).
E foi graças ao meu ritual de cremes e pinça de sombrancelha antes de deitar, que escutei uns gemidinhos doídos debaixo do vitrô do meu banheiro. Se já tivesse dormindo, talvez não escutasse o pedido de socorro do meu nenê de rabo.  
E triste cena quando cheguei ao quintal, o Fredynho todo amarelo dos espinhos, fedendo a estivador sem desodorante, aliás este é o cheiro que ficou por lá, sangrando gengiva afora e com um olhar tão desesperado que quase morri do coração!
Pegamos o alicate e tentamos tirar os piores, perto dos olhos e focinho, mas quando abrimos a boca, outro susto. E lá foi o maridão, sozinho, Serra abaixo, a procura de um hospital canino e eu peguei o cabo do rodo mais um guarda-chuva imenso que tem cabo de madeira, para me defender, caso o invasor resolvesse me atacar também e fui dar uma geral no quintal, para me certificar de que o inimigo se foi...
Ele acabou de me ligar!
Anestesiaram o Fredy e tiraram espinhos do céu da boca, garganta e focinho, tadinho...E tadinho de nós também, a conta mais pareceu um final de semana num Spa, mas ele merece, afinal ficou assim para nos defender, pois essa é a maior característica dele: não deixa uma mosquinha sequer chegar perto de nós e da nossa casa.
É que morar no meio do mato tem suas vantagens maravilhosas, mas temos também que aprender a conviver com uma fauna totalmente inusitada: aranhas, minhocas, sapos, escorpiões, lacraias, moscas, mosquitos, gambás, raposinhas, macacos, pássaros diversos e agora porco-espinho, última novidade no meu quintal.  
E quando ele chegar daqui a pouco, vou enchê-lo de carinhos, beijos e finalmente dormir, certa de uma coisa, não troco esta vida por nada!
PS - isso vale pro marido também, que sem ele, eu não seria tão feliz.



Este boxer da foto não é o Fredy, mas é igualzinho. Outro pobre coitado que também passou por maus bocados. Achei a foto agora na internet, na ânsia de saber o perigo que ele passou.

28 de outubro de 2009

Eu e minha língua, parte II: por que é que sou assim??!??!!?

Ai, eu não me aguento! Me segurei hoje o dia inteiro para não escrever bobagens, conversar com o marido, contar primeiro o que fiz, ver a cara dele de espanto (ele ainda se espanta comigo) e é claro, ouvir algum conselho de alguém que, sem dúvida, pensa muito mais do que eu antes de falar e agir.
Seguia feliz e calmamente para o laboratório hoje de manhã, (calmamente é um pouco de exagero, pois estava mesmo é p. de não fazer o exame onde sempre fazia, o laboratório se descredenciou do meu convênio, mas isso é outra história), para o meu check-up rotineiro, quando "estacionada" no trânsito da avenida de acesso ao local, vi na calçada ao meu lado 4 moçoilas daquele gênero religioso que acham que sempre tem razão.
Até aí tudo bem, quero deixar claro que sou multireligiosa, apelo pro santo que me ajudar primeiro, aliás, futebol, religião e sexo são 3 coisas que não discuto: cada um sofre/torce por quem quer, acredita no que lhe convier e se deita com quem quiser... 
Estacionei o carro, fiz a ficha e fiquei sentadinha no meu canto, olhando a senha, o painel, quando de repente olho pro café e quem eu vejo? Aquele quarteto que sei lá porque me chamou a atenção.
E minha percepção não estava enganada!
Cena 1: elas estavam colocando na bolsa aqueles singelos pacotinhos de bolacha que recebemos ao final do exame, para ajudar a engrossar o café.
Cena 2: uma delas, a líder, num movimento impetuoso sequestrou o jornal e puft, jogou sacola adentro, para fazer companhia as bolachas.
Cena 3: eu dei um pulo da cadeira e fui atrás!!! Sei lá porque, mas fico indignada com certas coisas e cara-de-pau é uma delas.
Passei na recepção e perguntei ao guarda: aquelas moças trabalham aqui?
O que??? Não??? Pega, pega, elas roubaram o jornal!!!!!
E elas correram prá fora e eu corri foi é prá dentro.
O rapaz ainda tentou sair atrás, mas a fila na entrada o impediu de maiores atitudes.
E eu arrumei minhas madeixas loiras, mais lisas e platinadas do que nunca (ontem estive na Odete fazendo "luzes" e "milkshake platinado") e voltei ao saguão, corada, estupefada, indignada e sendo olhada como um ET, só porque achei o fim aquelas lá agirem daquele modo e não consegui me calar diante de uma falta de modos, educação ou seja lá o que for. Porque quem rouba um jornal, amanhã pode também te aplicar um golpe, roubar sua bolsa, sua casa, seu marido...como se calar, se manter alheia?  
Entre os conselhos do meu marido, o de sempre: "cuidado, uma hora você leva um cascudo de alguém".
E quanto as moçoilas, penso que quem muito ora é porque tem mesmo muito pecado a ser perdoado. Tomara que toda essa oração sirva para que elas percebam o feio que fizeram, vestidas de santas e com alma de pecadoras!!

16 de outubro de 2009

"A língua é o chicote do rabo"

Vai dando sexta-feira e eu vou ficando ansiosa para escrever umas bobagenzinhas para vocês!!

Para minha surpresa, tenho muitos leitores, por vezes até recebo e-mails comentando o que postei. Isso para mim é uma alegria, pois eu não esperava que alguém se interessasse semanalmente por aquilo que passa na minha cabeça (e não é piolho - há há há)!!!

A vida para mim se tornou algo muito simples de uns tempos para cá...Para mim, o eixo central se tornou a minha família e quando digo família quero dizer meu marido e meu filho, pois quando a gente se casa, continuamos amando a todos, mas aquela antiga família vira "os familiares" e uma nova célula, um novo núcleo é formado.

Quando passei a pensar assim, o dia clareou, a tensão diminuiu, o sono melhorou. Como boa filha, sobrinha, neta, irmã e Taurina, era básico querer cuidar de tudo e manter o bem-estar de todos. Nem as sessões de fisioterapia desentortavam a minha coluna, que arqueava com o peso que eu jogava sobre as minhas costas.


Quando fiquei doente e achei que fosse morrer que nem um peru (na véspera, antes da hora), descobri que precisava tirar sacos e mais sacos de cimento de cima de mim, é claro que precisei de uma britadeira, pois muita coisa já estava consolidada, mas depois desta reforma, nunca mais tomei um Dorflex.

Hoje pouca coisa me tira o sono, pois o que antes era muito importante, hoje é nem tanto, só não consegui perder ainda a mania de limpeza, mas também nem sei se quero, gosto de ser assim, sou mais feliz quando tudo cheira a Veja Floral.

Sempre gostei de observar as pessoas. Aliás, me prendo facilmente a um papo.

Acho mesmo que a minha numeróloga (tenho uma, se alguém quiser fazer o mapa, eu indico, é fantástico) tem razão. Este ano entrei no ano pessoal 1 e coincidentemente ou não, criei meus dois blogs, fui convidada a fazer uma palestra sobre Feng Shui, comecei a estudar piano e segundo ela, vou ficar famosa.

Acho que é porque gosto de ouvir as histórias dos outros, assim como gosto de escrever sobre as minhas. Entre um ahan e outro, que sempre faço quando alguém me conta um "causo", sinto um interesse sincero em saber porque aquela pessoa é assim.
Aliás, hoje na porta da escola aprofundei um pouco mais o relacionamento que tenho com um senhor que busca a neta todos os dias. Nossos papos não duram mais que 3 minutos, é o tempo do portão abrir e nem sempre chegamos juntos. Mas já tracei o livro da vida dele.

Ele contou coisas boas, coisas tristes, suas conclusões. Hoje ele cuida da esposa que tem Alzheimer e encara a vida de uma maneira tão simples que chega a irritar.

Ele é Budista e este foi o ponto de intersecção entre nós. Ele também acredita como eu que "todo Que tem um Porque".

E é este outro olhar que me inspira, a visão do outro sobre a vida, é a minha língua que não pára, meus dedos que digitam meus pensamentos e a vontade que tenho de falar e falar.

De manhã estava lendo e vi uma frase interessante: "a língua é o chicote do rabo". E percebi que assim sou eu, açoitada pelas minhas palavras, por essa linha direta entre meu cérebro e minha língua, sem filtro, que encontrou na escrita uma maneira de dominar os pensamentos e traduzi-los em textos, que felizmente encontra pessoas como vocês para ler.

E como fazem os adeptos da Seicho-No-Ie, que frequentei muitos anos com minha mãe, só tenho a agradecer: muito obrigada, muito obrigada, muito obrigada.

9 de outubro de 2009

Sexta-feira com friozinho e bolo de maçã

Sexta-feira, friozinho...Da minha janela vejo a neblina invadindo os morros da Serra, cobrindo as copas das árvores, molhando o meu chão.
Daí deu vontade de fazer bolo e tomar café. Aliás, a minha idéia feliz de café da tarde é cópia de um clip infantil do Cocoricó, aquele da TV Cultura. Quem tem criança em casa com certeza já viu e prá quem não viu, vale a pena ver.
Mostra uma tarde de frio e chuva na casa da vovó no sítio e tem uma musiquinha mais ou menos assim:
"chove, mas como chove, chuva, chuvisco, chuvarada, por que é que chove tanto assim...
...
e a vovó me chama, menino vem cá, vem tomar chá, vem comer bolo de cenoura, com cobertura de chocolate quente...
...é bom, muito bom, muito mais do que bom, é excelente...
...
óh que tarde tão bela, banana quente no forno com açúcar e canela..."
E assim vai, não me lembro direito da música, faz tempo que não vejo o DVD, pois meu filho já passou um pouco dessa fase (eu não!!).
E este cenário de frio, chuvinha, bolo e café (não gosto muito de chá), se tornou a minha visão de felicidade nas tardes geladas aqui em casa.
Eu não tinha cenoura, então fiz um bolo de maça com canela, receita do Edu Guedes, que peguei tempos atrás pela TV e comi ainda quentinho, agora a pouco, com café.
Como o que é do homem o bicho não come, meu jardineiro voltou a ser fiel e eu o perdoei, com um enorme pedaço de bolo. E assim, nada como um dia após o outro, também vou perdoar a vizinha, porque não consigo ficar brava muito tempo e quem guarda mágoa, fica doente.
Só a Brastemp que ainda tá me dando canseira, mas depois do feriado eu penso nisso.
E prá quem ficou com vontade, segue a receita do bolo, fácil de fazer e como disse a minha "secretária" aqui de casa: perfeito!
BOLO DE MAÇÃ COM CANELA
BATER NO LIQUIDIFICADOR
3 ovos / 2 xícaras de açúcar / 1 xícara de óleo
2 xícaras de maçãs picadas com casca (tem que ser daquelas bem vermelhinhas/doces)
Colocar a mistura num tigela, sobre 2 xícaras de farinha de trigo, 1 colher de sopa de fermento e 2 colheres de sopa de canela em pó.
Bater bem e colocar para assar numa forma de furo no meio, por +/- 45 minutos.
Importante: assim que colocar a massa na forma, polvilhe com canela em pó, para formar uma casquinha crocante depois de assado.
Assista o clip no YOUTUBE:
Bom apetite, bom final de semana e bom feriado!

2 de outubro de 2009

Cansei de ser boazinha, agora eu quero é ser chata!

Hoje foi um dia daqueles e olha que meus dias são calminhos, por vezes cor-de-rosa e lilás (estou como as mães de bebês meninas atualmente, preferindo o lilás ao rosa).
Aliás minha indignação começou na 3a feira, quando liguei no 0800 do fabricante da minha nova lavadora de louça e fui tratada com desdém e pouco caso.
Fiquei quase 13 anos com uma Enxuta, que ganhei de um ex-chefe querido quando me casei. Não era lá grande coisa e mesmo assim, só foi depois de uns 5 anos de uso diário que ela começou a querer se aposentar e ainda seguiu firme e forte por mais 7 anos, sobrevivendo com os remendos que o meu técnico fazia desde que a coitada saiu de linha e não havia mais peças para repor...
E então, operada várias vezes, ela veio a pifar de vez em julho, sem nenhum risco ou ferrugem.
Logo veio uma nova, linda, inox, top de linha. Pensei: se for que nem a outra, só terei que trocar nas Bodas de Prata.
Ledo engano! E após 2 meses percebi que as pontas dos divisores de pratos e copos dos cestos foram ficando amarelas, laranjas e por fim, se soltaram, mostrando todo o ferrugem.
Munida da nota fiscal, manual e paciência, contei à atendente o meu problema, certa de que por estar no início da garantia, imediatamente enviariam um técnico com os cestos para a troca.
Mas não, passei por um interrogatório quase que policial, explicando detalhadamente como eu procedia com ela, para ouvir no final, que eu era a única que tinha reclamado disso até agora neste lote de máquinas e que talvez o problema fosse que eu estava "agredindo" a máquina com mau uso!!
E cá estou eu, esperando o parecer do fabricante que, não autorizou a Autorizada vir aqui em casa já com as peças, mas mandou um técnico de outra cidade, porque o posto que atende a Serra fica a no mínimo uns 30 km daqui, ver se eu usava o sabão indicado por eles (SIM), se a instalação estava correta (SIM), até do paninho que coloco em cima dela para não grudar gordura e poeira ele falou...revirou, mexeu e mandou eu esperar que o relatório dele chegue na fábrica e a mesma diga: a cliente está com a razão ou não, pois estou perdendo a fé nestas instituições.
Daí, passei a manhã esperando o jardineiro chegar e para minha surpresa, ele foi abdusido por uma vizinha, daquelas que ficam te rondando, perguntando se a sua faxineira é boa, se o jardineiro é fiel e depois "crau" ou "creu", marcam um servicinho com eles bem no dia da sua casa, porque afinal, a "D. Patricia é boazinha" e não vai nem ligar...
Não!!! Não quero mais ser boazinha, quero agora que falem a "D. Patricia é uma chata" ou chatona se ficar melhor, assim parece que fica mais fácil exigir nossos direitos, impor respeito ao próximo, viver melhor nessa nossa sociedade por vezes tão esquisita.
E para passar a raiva, acho que vou rastelar a grama, recolher o cocô do Fredy e olhar este mundão verde que vejo da minha janela...Verde acalma????