8 de abril de 2010

Um chá de delicadeza

Eu adoro escrever de sexta-feira, mas amanhã será um dia daqueles!
Após 4 comprimidos de laxante, cá estou esperando o efeito bombástico, vislumbrando uma noite de rainha: sentada no trono!
É que amanhã farei um procedimento chatinho lá no Canal da Mancha, para verificar se os pólipos que retirei do intestino cerca de 1 ano e meio atrás voltaram ou não.
Mas estou tranquila, desta vez não tenho sintomas e nem tomo mais o coquetel de remédios que quase acabaram comigo. Poucos sabem, nunca fiz um auê disso, mas o meu lúpus está dormindo faz tempo, que por vezes chego a achar que tive um erro de diagnóstico. Hoje minha doença está só no papel, nos resultados dos exames que, com disciplina e paciência repito periodicamente.
Quando fiquei doente e achei que fosse morrer que nem um perú de Natal, de véspera, antes da hora (se é que alguém nesse mundo sabe quando é a nossa hora), ouvi de uma médica, que só faltou me enterrar viva, que era para eu ir me acostumando, que era daí prá pior...Acho que ela faltou na aula onde ensinavam dar notícias ruins aos pacientes!
E naquele momento de choque, ela me disse que doenças autoimunes eram próprias das pessoas estressadas, somadas a sorte de uma predisposição genética.
Chorei dias e dias e noites também, olhando pro meu mundinho tão cor-de-rosa, tão lindo, tão perfeitinho, meu marido, minha casa, meu nenê, meus bibelôs...
E os meus sonhos, o que eu faria com eles? Será que eu teria tempo de vivê-los? E assim foram dias, acho que meses, de medo e lágrimas.
Até que conheci um médico, um bam-bam-bam da Reumatologia, que me cobrou o olho da cara para me dizer que eu não ia morrer disso, mas sim com isso e que ser avó ou quem sabe bisavó dependeria das minhas atitudes dali prá frente, para não deixar que as doenças oportunistas se aproveitassem da minha fragilidade imunológica. Bingo!!
E então nesse dia resolvi, meio como no livro "O Segredo", traçar um projeto para que, a curto e médio prazo, eu pudesse dar uma guinada no meu estilo de vida, a começar profissionalmente.
Quem me conhece sabe, nunca fui triste ou infeliz, mas sempre fui estressada. Pois é meus amigos, esta fofa que vos escreve nem sempre foi essa flor de formosura que eu julgo ser.
E foi assim que larguei um empregão, com tudo que eu tinha direito, para me dedicar a um sonho antigo: estudar sobre o mundo paralelo, espiritual, as energias, o invisível e depois trabalhar com isso, ajudando as pessoas a viverem melhor.
E hoje eu falo de tudo isso na maior tranquilidade, porque realmente o Universo conspirou ao meu favor. Atraímos aquilo que projetamos para nós, sejam coisas boas ou mesmo ruins. Precisamos saber em que onda energética estamos nos ligando (mas isso é assunto pro meu blog de Feng Shui, né?).
Por isso eu quis escrever sobre isso, agora que este assunto já está totalmente resolvido para mim. Nós criamos as nossas doenças, as nossas dores de cabeça. 
Paciência, tolerância, não querer agarrar o mundo com os nossos dois bracinhos são as melhores aspirinas para o nosso dia-a-dia.
É claro que eu ainda tenho os meus dias de fúria, mas daí olho pra esse mundão verde que vejo da minha janela, pros meus queridos aqui de casa, pro Fredinho (tava demorando eu falar dele), vou até a cozinha, preparo um "chá de delicadeza", capim-cidreira funciona muito bem, pego a caneca quentinha, com fumacinha e tudo o mais e vou prá varanda, encontrar com Deus no meu quintal.

Um comentário:

Brechó Lu Peres disse...

Ameiiiiiiiiii.......seu texto!
Há algum tempo vivo grandes transformações no meu estilo de vida e me identifiquei com suas oportunas palavras...
Deus te abençõe e não pare de escrever nunca!!! bjs
Luciana Peres